Ao analisar a mídia e o comportamento das pessoas que a seguem - e as que pensam não segui-la - percebo que há tantos egos inflados andando pelas ruas que torna-se difícil passar por eles. Tratando-se de convivência forçada ou/e pacífica, creio que quanto maior o ego, menor é a paciência - a própria paciência ao lidar com ele, e ao ter ele.
Suponho que seja em grande parte uma questão de personalidade... Esta entra em decadência e extinção a cada ano que passa. A personalidade passou a ser o que as pessoas consomem, compram, usam, vestem ao acordar e tiram antes de dormir.
Personalidade tornou-se aquele perfume importado e tão valioso; tornou-se a roupa cor-de-vinho da moda inverno que você necessita de todas as formas, tornou-se o sapato de couro negro sob o qual você sente que não há limites para sua elegância e sensualidade... Tudo está abaixo do maldito couro negro que veste seus pés. Tornou-se uma mera maquiagem que você tira antes de dormir. E sem ela, você não mais se reconhece no espelho.
Personalidade tornou-se tudo aquilo que você de fato, não tem. Pode comprar e usar, fingir ter e ser. Mas a verdadeira personalidade é aquela que nasce contigo e vai sendo moldada conforme os anos se passam... Não por moda, não por ensinamentos dos que se pensam deuses e nem por coisas supérfluas. A verdadeira personalidade não é uma roupa bela e sensual, não é um batom vermelho ou um perfume marcante.
Não é algo que você tire com água ou com as mãos...
É aquilo que morre contigo.
Texto by Bianca Morais S.
